A Care é uma organização presente em 72 países, que se dedica a captar e destinar recursos a projetos capazes de gerar trabalho e renda para a juventude. A cada visita, João apresentou-se a todos, falou sobre a Care e deixou claro que buscava, com a visita às bases da CUFA Ceará, fazer um diagnóstico da situação encontrada.
A caravana teve início às 9 horas, por Caucaia. Lá, o coordenador da base Helly Rodrigues levou o grupo até cerca de 20 adolescentes (integrantes da Associação Basquete e Cultura - CUFA CAUCAIA) que jogavam na quadra atrás do CRAS-Centro de Referência e Assistência Social Edson da Mota Corrêa. O presidente da ABC, Gleison Malone, esclareceu que a atividade só é permitida aos jovens que freqüentam escolas e têm bom aproveitamento. “O esporte é uma forma de manter os jovens ocupados produtivamente no horário em que não têm aulas ou trabalho”, comentou.
A seguir João foi conduzido ao Lagamar. No Centro de Defesa dos Direitos Humanos - CUFA LAGAMAR, o coordenador Herivelto (Del) Teixeira projetou um vídeo com o plano de atividades da base. Os cerca de 30 jovens presentes mostraram trechos de música (Projeto Musical Grupo Chega Chora na Favela) e teatro (Mil Faces). O coordenador geral da CUFA Ceará, Preto Zezé, que liderou a caravana, apresentou um trailer do documentário (atualmente em finalização) Selva de pedra – A Fortaleza noiada, que evidencia a problemática do crescente uso do crack entre jovens e adultos de todas as classes sociais.
Na base Trilho, João conheceu o projeto audiovisual Olho Mágico, integrado por estudantes de Comunicação Social da Unifor e UFC. A coordenadora da base, Liduína Costa, esclareceu que em cursos promovidos na Associação dos Moradores da Comunidade São Vicente de Paulo/Trilho, os inscritos tiveram a oportunidade de aprender a manusear câmeras, roteirizar situações e editar imagens, com o objetivo, além da qualificação em si, de induzir a participação desses jovens no Festival de Mídias Móveis e outros certames.
pós o almoço, Zezé, João Martins e o coordenador de Comunicação da CUFA Ceará Max Krichanã chegaram à sede da CUFA Barroso II. Na Escolinha da Tia Célia, o grupo viu mostras de balé infantil (meninas de 8 anos) e break (meninos de 12 a 18 anos). O coordenador da base, Francisco (Piqueno) Wilton, e a gestora da escola, Auricélia Martins, revelaram que as atividades desenvolvidas enfocam a arte-educação e o lazer, além de buscar oportunidades de emprego e renda para os jovens. Aulas de capoeira, graffiti, teatro, banda de lata e serigrafia também ocorrem na sede. A meta do trabalho, além do investimento em emoções positivas, é levar mais cursos profissionalizantes para o local. Enquanto isso, em reuniões mensais a equipe debate temas como identidade, cidadania, racismo e outros com a juventude da área.
A próxima sede visitada foi a do Pantanal, que conta com escolinhas de futsal (masculina e feminina), basquete, graffiti e break. Uns 30 jovens aguardavam a chegada de João à União dos Moradores do Pantanal. Debateu-se o projeto de basquete de rua da Liibra, o festival de RPB (RAP Popular Brasileiro) e o grande interesse do graffiti entre eles. João aventou a possibilidade de criar uma fábrica de tinta em spray para suprir a necessidade dos grafiteiros. Davi Viana, o coordenador da base, estimou que R$ 50 mil poderiam adquirir uma máquina de envase de tinta e gás expansivo (mais tarde se iria descobrir que o responsável pela escolinha de basquete da base Conjunto Ceará, João Paulo, é engenheiro químico...).
Uma cooperativa para a produção de roupas grafitadas também entrou no debate, assim como o slogan “Grafiteiros contra o crack”. A equipe dirigiu-se então para o Conjunto Ceará, onde a coordenadora do projeto das Mulheres da CUFA Conjunto Ceará, Maria Maria, Rosângela Alves, aguardava o grupo para o encerramento das oficinas de Cor e Criatividade / Técnicas Artesanais e Desenvolvimento de Coleção. Em parceria com a COELCE, mais de 20 mulheres receberam qualificação por 120 horas, desde agosto de 2008, às quais João, Zezé, Liduína e Max fizeram a entrega dos certificados de conclusão. Ainda na sede Conjunto Ceará, 20 adolescentes freqüentam a escolinha de basquete, atividade diretamente associada ao estudo e ao aproveitamento escolar. “O coordenador é como um pai pra gente, que nos incentiva a estudar”, disse um dos jovens.
A visita, programada para terminar na base Maracanaú às 19h, pela restrita disponibilidade do representante da Care não chegou até lá. João Martins justificou-se e prometeu ir à base dentro de algumas semanas. O coordenador Elizeu Borges Filho informou que, mesmo sem haver nenhum tipo de mobilização, e aproveitando o Dia Internacional do Teatro, encenou uma peça em uma alameda do Conjunto Jereissati I e promoveu um bate-bola de basquete, congregando em torno de 80 a 100 pessoas na área.
Os objetivos propostos para a visita às sedes foram conhecer a atuação da CUFA Ceará e despertar o interesse da Care Brasil para a promoção de futuras iniciativas parceiras em apoio à juventude no Estado. Auditada pela Ernst & Young, a Care Brasil conecta doadores e parceiros a projetos em seis estados brasileiros (PI, DF, BA, RJ, SP e AM), desde 1999. Com este aporte no Ceará, para o momento, segundo João Martins, cogita-se a possibilidade da criação de um Centro de Formação de Empreendedores, associado a unidades de negócios e ateliês de design, moda e construção de sites e blogs, buscando também apoiadores no âmbito estadual e regional.
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